quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Confiram a entrevista que eu fiz com o Dj Oliver Jack no qual eu tive o prazer de poder aprender muita coisa com ele. Hoje ele é meu pai na carreira de Dj, sou muito grato por tudo que ele fez e faz por mim. Foi muito bom poder fazer essa entrevista exclusiva pro site Portal Ybiza. Confiram:


Dj Oliver Jack fala sobre seus 18 anos de carreira e projetos

                             


DJ Adriano Maga:
È um grande prazer poder entrevistar meu mestre Oliver Jack que a 18 anos comanda os decks com seu som contagiante .


Oliver, na época em que você iniciou sua carreira de Dj a cena eletrônica era bem diferente que hoje, e o Dj não tinha tanto prestigio como vemos atualmente. O que foi que te direcionou para a música eletrônica?


DJ Oliver Jack
Uma questão bem óbvia pra qualquer DJ que se dá ao respeito: Muito amor no coração por essa música. Meu coração é mais acelerado do que a média, bate a 128 bpm, ritmo da House Music. E também uma profunda admiração pela arte de colar uma em cima da outra e fazer com que 20 soem como uma!


DJ Adriano Maga:
Quais foram suas influências?


DJ Oliver Jack
Eu venho de uma época onde não existia a internet. O que chegava até a gente eram as revistas especializadas, as vezes com meses de atraso. Então fui muito influenciado pelo que eu lia nas revistas, mas muito mais por djs locais de sucesso na época, gente que ajudou a construir a estrada que eu segui, e que hoje você também segue, como Lúcio, Zobaida, Wilson, Hercules, Túlio Rebouças, Amilton, Chiquinho e alguns outros.


DJ Adriano Maga:
Em toda sua carreira você pôde acompanhar o desenvolvimento da cena eletrônica e muitas mudanças. O que pode destacar para nós?


DJ Oliver Jack
Sim, tive a oportunidade de notar, analisar e muitas vezes me transformar junto com a cena. Ví o DJ deixar de ser marginalizado e ser alçado ao posto de artista no mundo, e consequentemente em Salvador, e estou prestes a ver Dj virar profissão regulamentada. Ví a house music nascer nos anos 80, acompanhei TODAS as suas mutações, desdobramentos e fusões. E com isso vi os puristas ficarem no vácuo. E vi a house se tornar o ritmo dominante e absoluto que é hoje, influenciando desde o underground até a música pop. Aqui em Salvador, uma das mudanças mais significativas na verdade foi ter aumentado a parcela de público que sai pra dançar sabendo quem são seus djs preferidos, e o que esperar deles, incluindo surpresas. Isso faz MUITA diferença na nossa cena.


DJ Adriano Maga:
Como sabemos, você sempre trouxe algo novo para as noites de Salvador. Como surgiu seu projeto “Fever” e o seu mais novo projeto Body Shake?


DJ Oliver Jack
Ah, esses que você citou e todos os outros que já idealizei partem de uma única força motriz: a minha vontade de inventar, de lançar tendência, e principalmente de mudar algo que eu vejo que está errado. A FEVER quando se mudou pra OFF CLUB em 2007 tinha como principal objetivo atrair as pessoas para uma forma de tocar mais “pulante”, que era um forte tendência no eixo Rj-Sp na época, onde os djs alteravam o pitch da música e se tocava house a mais de 135 bpm. Mas com o tempo isso cansou e se tornou antigo, então parei com a festa. Foi aí que, como sempre, acompanhando a cena mundial, percebi que djs como Abel Ramos, Peter Rauhofer, Ralph Rosario e outros grandes da cena mundial estavam tocando novamente tribal e progressive com bpms originais, na casa dos 128 até no máximo 130. E isso falou forte dentro de mim, puxou pelos cabelos minhas raízes houseiras. A música tocada no seu bpm correto fica mais sensual, mais percussiva, mais rebolante. O que propicia dancinhas, e espalha o amor pela pista. Junto com isso nascia o som DIRTY DUTCH, e eu queria muito fazer aquilo pegar na noite. Então surgiu a BODYSHAKE, festa onde a ordem é sensualizar, e a política musical é não passar dos 130 bpms, misturando faixas que estão na boca do povo a novas sonoridades da house. Disso também surgiu a minha ávida vontade de fazer mash-ups e bootlegs. Já tenho mais de 10 de minha autoria. E eles me ajudam nessa disseminação de novas sonoridades. Posso por exemplo, tocar Massivedrum de Portugal, que tem um som mais limpo, mais sequinho, afinal coloquei o vocal de Lorena Simpson cantando em cima e todo mundo vai se jogar e curtir do mesmo jeito. :D





DJ Adriano Maga:
Você tem quase 18 anos de carreira e já tocou nos melhores clubs de Salvador e em grandes festivais e raves. Como formar uma carreira sólida e obter sucesso profissional? O que diria para as novas gerações de DJs?


DJ Oliver Jack
Quando eu descobrir essa formúla eu te aviso, ainda estou buscando! Risos. Para os novos djs, que infelizmente em sua grande maioria adentram a profissão pelo glamour que ela carrega, eu deixaria um pensamento de Confuncio: “Escolha trabalhar com o que realmente gosta, e não terás que trabalhar um dia sequer da sua vida”.


DJ Adriano Maga:
O que o Márcio Santos ouve quando está em casa e quer descansar um pouco, sem pensar com sua mente musical?


DJ Oliver Jack
Meu ouvido é muito aberto a boa música. Vou do samba a bossa nova, passo pelo Jazz e pelo Soul, sempre com muito interesse.


DJ Adriano Maga:
O que podemos esperar do DJ Oliver Jack em 2011? Quais os projetos, e os planos?


DJ Oliver Jack
Pretendo a mesma coisa de sempre, continuar semeando as diretrizes que me trouxeram até aqui. Amor pela música e pela arte de Dj. E estou com uma verdadeira obsessão por produção musical, então pretendo me aprofundar mais nesse aspecto. Em 2011 vocês dançarão cada vez mais criações minhas em meus sets.

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